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Criei a página e movimento Divabética há pouco menos de 2 meses e hoje me sinto muito feliz por termos alcançado 1000 pessoas que de uma forma ou de outra se identificam com a proposta desse projeto que busca reconhecer que existe uma diva em cada uma de nós que convive com o diabetes; e que essa diva tem a força e capacidade de superação e que por isso podemos SIM viver uma vida feliz e saudável com diabetes.1000 LIKES

Essa força que nossa diva interior carrega é o que nos torna únicas, e especiais, e eu acredito que para convivermos bem com o diabetes que é uma condição crônica de saúde o ponto de partida é o AMOR PRÓPRIO, pois esse amor por si mesmas e pela própria vida nos impulsionará a fazermos escolhas melhores, cuidarmos de nossa saúde com respeito, e vivermos da melhor forma possível sempre.

O fato da página ter alcançado tantas pessoas em tão pouco tempo para mim significa que elas se identificam com essa causa e querem viver de tal forma e isso confirma o caminho que percorri até aqui.

O Divabética foi uma construção de dentro para fora, pois já fiz muitas coisas, já tive muitas iniciativas na área de educação em diabetes, desde o meu próprio despertar em 2007 venho me propondo a continuar me ajudando e ajudando outras pessoas que possam de alguma forma se beneficiar do que tenho aprendido e vivido.

Nesses anos que trabalho em prol dessa causa venho percebendo que o sentimento que buscava fortalecer em minha vida é esse amor próprio que venho construindo a cada dia, que é curador, que é revelador e a base de tudo inclusive do tratamento do diabetes.

O Divabética nasceu dessa minha busca por esse amor e essa aceitação de mim mesma, pela vontade de honrar a minha vida e vivê-la da melhor forma possível, e hoje vejo que é a busca de tantas outras pessoas também e que quando fazemos isso Juntas, com apoio, com incentivo e com verdade, a jornada fica mais leve e sim, mais doce. Mais suave e mais gostosa. Vivendo com saúde, com respeito, sem perder a alegria de estarmos aqui. Respeitando nossos limites e expandindo também nossa capacidade de entrega e superação.

Obrigada a cada um que acompanha o projeto, que acredita e se envolve com ele. Ter uma página e um blog para mim significa me planejar diariamente sobre o que posso oferecer de melhor, é responder às mensagens que recebo com respeito, carinho e responsabilidade, é estar sempre em busca de pessoas que possam contribuir com nosso dia a dia com o diabetes, é pura dedicação e energia em movimento. É comprometimento e disciplina, e tudo isso só faz sentido porquê vem do coração.

Obrigada, 1000 Likes, 1000 Divas e pessoas que as amam e que venham mais 1 Milhão 🙂

 

Sozinha eu NÃO consigo

Vou começar com alguns fatos que para mim foram difíceis de aceitar (e ainda são) e talvez para você também seja:

Você não é autossuficiente

Você não consegue gerenciar seu diabetes sozinho

E principalmente….

Você NÃO precisa fazer tudo sozinho.

Existe uma imensidão de pessoas aí fora querendo te ajudar, te dar a mão e porquê rejeitar isso? Porquê tornar a vida mais pesada quando ela pode ser mais leve?

Abra-se para a VIDA, deixe de lado a necessidade de dar conta de tudo sozinho, porquê a verdade é que nem você, nem eu, nem ninguém damos! (Ufa, que alívio admitir isso para si mesmo não é?); mas então porquê insistimos em darmos conta, em parecermos que estamos com a vida toda “certinha” quando na verdade não estamos? Eu me pergunto, o que ganhamos com isso? E o principal, o que perdemos?

Vivemos a vida ao lado de pessoas, elas são a principal razão de nossa existência. As pessoas fazem parte do nosso dia a dia, e temos uma função em suas vidas e elas nas nossas. Essa função é fundamentalmente a de ajudarmos uns aos outros. Se não for assim, qual o sentido de estarmos aqui?

Recentemente eu participei de uma iniciativa de um aplicativo para celular que nos ajuda a gerenciar o diabetes e seus desafios chamado Gluco trends, e eu fiz juntamente com outras pessoas que tem diabetes um vídeo falando sobre superação que eu te convido a assistir aqui e perceber que não está sozinho e nem precisa estar.

No vídeo apareço ao lado de uma grande amiga, a Aline Peach, fundadora do Clube do diabetes, que é uma pessoa especial para mim, que me ajuda com os desafios de viver a vida com uma condição crônica como o diabetes, que me acolhe nos momentos de hiper e hipos, e que sempre tem uma palavra ou apenas um olhar de compreensão.

eu e aline
Gravação vídeo Glucotrends com Aline Peach, DM1 há 38 anos e Fabiana Couto, há 24.

Por muito tempo após o diagnóstico eu vivi sem conhecer ninguém que tivesse diabetes, eu nem queria; mas foi mais difícil, e eu me sentia muito só, isolada e sem referências. Ao perceber que precisava de ajuda, esse foi o meu primeiro e grande passo para me cuidar melhor e com isso, a vida ficou mais leve também.

Pense nisso e se abra para receber mais ajuda, dê espaço para as pessoas fazerem algo por você. Não é vergonha admitir que precisa de ajuda, vergonha é deixarmos a vida passar!

Diabetes cansa

sleep-531205_960_720Injeções diárias, medições de glicemia, gerenciamento da hipo, da hiper, fadiga, cansaço, irritabilidade, contagem de carboidratos, erros e acertos, sobe e desce, números e expectativas. De repente fico estável, no dia seguinte, nem tanto.

Diabetes cansa. Acho que às vezes temos medo de admitir esse fato porquê queremos manter o diabetes pequeno, menor do que realmente é. Olhar para o tamanho dele e o espaço que realmente ocupa em nossas vidas, mentes e corações pode ser um tanto assustador. Talvez por isso ouço tanta gente que tem diabetes dizer que o diabetes “não é nada”. Certamente ele não é tudo, mas nada também não é.

A tentativa de minimizar o impacto que o diabetes tem em nossas vidas é bem intencionada, mas certamente não ajuda. Reconhecer que o diabetes cansa, que ele às vezes ocupa um espaço maior do que gostaríamos, e que tem dias que estamos sem forças; nos ajuda, de forma paradoxa, a recuperar essas forças para seguirmos em frente e vivermos bem, continuarmos sem desistir, nos tornando melhores e mais fortes. Porque as vezes o que a gente mais precisa é apenas reconhecer que está difícil, acolhermos nossos sentimentos, para  assim podermos seguir.

Porém, quando fazemos o movimento inverso de ignorar o peso e o espaço que o diabetes ocupa em nossas vidas, e em especial, os sentimentos que vem com isso, vamos abafando tanto tudo isso dentro da gente e então essas questões aparecem de outras formas, seja através de uma depressão inesperada, ou com outras doenças físicas que através da somatização emocional podem se instalar também.

Negar nossos sentimentos é algo que nos aprisiona, vivenciá-los é algo que nos liberta. Diabetes cansa. Permita-se reconhecer isso e siga em frente.

Tecnologia em diabetes: Uma grande aliada mas não é mágica!

Que a tecnologia veio para ficar em todos os setores da vida, ninguém duvida. Afinal, ela está por toda parte e revolucionou a forma que fazemos muitas coisas, inclusive, a forma de nos relacionarmos (com as mídias sociais e o whatsapp), de encontrarmos um par romântico, com os aplicativos de relacionamentos, a forma de nos locomovermos, como é o caso do Uber, entre outros, e até de nos hospedarmos, com o case airbnb que é a maior rede de hospedagem sem que tenham um único hotel ou quarto.

Agora a tecnologia está revolucionando mais fortemente a saúde das pessoas, trazendo soluções incríveis que nos proporcionam maior qualidade e expectativa de vida.

Ou seja, o mundo mudou, a vida mudou, e acompanhar essas mudanças não é questão de opção, é questão de sobrevivência e inteligência. Negar a tecnologia não é o caminho mas será que a tecnologia é a resposta para tudo? Então, onde a tecnologia encontra a vida real e está a serviço das pessoas?

Eu tenho diabetes tipo 1 desde 1993 e em 2005 eu decidi dar uma chance para a tecnologia entrar na minha vida e me ajudar com a minha saúde. Na época estava tendo grandes dificuldades em me cuidar e obter melhores resultados no gerenciamento do diabetes e num momento que eu chamo de “despertar”, eu senti que era hora de mudar.

Com isso, fui atrás de todos os recursos e pessoas que pudessem me ajudar no processo. Não economizei esforços. E entre outras coisas eu decidi colocar a bomba de insulina, a qual eu mesma fui atrás, pesquisei e levei a opção para minha médica.

Porém, quando decidi colocá-la, lembro que minha médica me disse: “Tudo bem se quer colocar a bomba, te apoio, mas saiba que o cérebro dela é você, ela não faz nada sozinha”

O que ela falou ficou comigo e com certeza me ajudou durante os primeiros meses que foram de grande adaptação. Isso não só por estar, a partir daquele momento, usando um  novo aparelho que iria requerer adaptação da terapia como chegar nos basais adequados  e acertar as doses, mas também pelas implicações emocionais e sociais de usar um aparelho que me acompanharia 24 horas por dia e 7 dias por semana, causaria.

Diante disso tudo, acredito que tenha levado pelo menos uns 6 meses para me adaptar e começar a ter melhores resultados, mas eu persisti pois como anteriormente meu controle não estava bom, eu não tinha razões para deixar de usar a bomba; o que foi algo positivo para mim pois talvez se tivesse desistido lá atrás não estaria usufruindo hoje de toda praticidade e qualidade de vida que o sistema de infusão me traz.

Após esses primeiros seis meses e o acompanhamento de um time multidisciplinar e o apoio de outras pessoas com diabetes (algo que foi fundamental para mim), eu consegui em um espaço pequeno de tempo baixar minha hemoglobina glicada de 9.3% para 7.7%. Quem tem diabetes sabe o que isso significa em termos de ganho de saúde e determinação. Assim, a sensação de vitória e satisfação foi algo indescritível.

Me senti mais empoderada e capaz para lidar com a minha condição e a tecnologia foi certamente uma parte importante no meu processo, mas como havia dito a minha médica lá atrás, a tecnologia não fez tudo sozinha, eu precisei aprender sobre o sistema, a ter disciplina para fazer as trocas de cateter no tempo certo, a observar meus gráficos, alterar o basal de acordo, entre outras coisas.

hemoglobina

Então você pode me perguntar se eu indico o uso da bomba para todos? Sim e Não! Sim porquê acredito sinceramente que a bomba é hoje o tratamento mais avançado e com melhores resultados para o diabetes tipo 1; mas talvez não ainda porquê você precisa estar preparado ou se preparar para usá-la.

O que quero dizer com isso? Eu explico…

Não foi a tecnologia que transformou meu controle. Eu me transformei, me conscientizei e a tecnologia foi uma aliada nesse processo. Uma importante aliada, é verdade, porém, é comum ver pessoas que colocam muita expectativa na tecnologia e sentem-se frustradas ao ver que o controle continua de mal a pior, então culpam a tecnologia pelas coisas não estarem dando certo.

Porém, tudo começa em você e o piloto do gerenciamento do diabetes é a pessoa que a tem. Nada vai jamais substituir sua capacidade de se conhecer, de gerenciar as ferramentas que são boas para você. Você é a protagonista da sua saúde, do seu tratamento, se sua vida.

Por isso não confunda as coisas, se você buscar uma fórmula mágica na tecnologia ela inevitavelmente vai te decepcionar, porém se buscar uma aliada, ela pode ser sua melhor amiga no processo.

A bomba e o sensor são tecnologias incríveis, mas requerem adaptação, aprendizado e gerenciamento emocional. Sobre isso vou falar no meu próximo post: “Diabetes, Tecnologias avançadas e Gerenciamento emocional” e porquê sem maior domínio das emoções você não conseguirá tirar maior proveito desse benefício, e pode até se desestimular e desistir.

Vou contar também um pouco mais da minha experiência com o novo sistema 640G da Medtronic, que é a mais avançada tecnologia disponível no mercado para o tratamento do diabetes tipo 1.

Minha mensagem final? Viva sua vida, busque o que há de melhor pois você merece. Se conheça, esteja disposta a buscar novos aprendizados sempre, e use a tecnologia para viver mais e melhor, porque sua vida é o que de mais precioso você tem e TUDO começa em você e com você!

 

Você e eu somos mais que um número

Os números fazem parte do nosso dia a dia, não é mesmo? Notas na escola, horários e datas a serem cumpridos, até mesmo número de curtidas naquela foto do face (sejamos sinceras que esse é um número que a gente se importa), e por aí vai…

Para quem tem diabetes tipo 1 os números estão ainda mais presentes, ou seja,  múltiplas medições de glicemia, contagem de carboidratos a cada ingestão de alimento, cálculo das doses de insulina, resultados de hemoglobina glicada, etc.

Todas essas medidas são necessárias no gerenciamento adequado da condição e elas qualificam se o diabetes está sob controle ou não. 

Até aí, tudo bem, porém, para nós que lidamos com esses números o tempo todo, pode ser fácil nos confundirmos e deixarmos que esses números determinem também nosso valor como pessoa.

Como assim, Fabi? Bom, eu explico… Se estamos indo bem, obtendo resultados desejáveis, isso pode emocionalmente significar que somos capazes e que temos valor. Porém o inverso também é verdadeiro; ou seja, quando não estamos atingindo as metas desejáveis, podemos nos sentir incapazes e fracassados.

E assim nosso valor como pessoas fica muito fragilizado diante uma medida externa e tão inconstante quanto a glicemia.

Se a gente pudesse colocar nosso pensamento no papel nesse momento viria algo assim “se o diabetes está controlado, eu sou boa e se ele está descontrolado, eu sou má”.E isso não se aplica exclusivamente a quem tem diabetes, mas também aos pais, que sentem-se muito responsáveis e as vezes culpados com os resultados que aparecem na tela do medidor.

Eu, quando morei em São Francisco, na Califórnia, trabalhei num programa de resiliência emocional de uma Universidade, desenvolvido especialmente para jovens com DM1, e nossa grande tarefa como facilitadores do programa era ajudar esses jovens a compreenderem que o número do glicosímetro é apenas um número que nos informa uma ação a ser tomada e que traz um aprendizado a ser assimilado, por isso não devemos nos julgar, afinal o diabetes não é uma ciência exata, e a única forma de melhorarmos nosso gerenciamento é através da tentativa e erro. 

Assim, se não aceitarmos o “erro” vamos sofrer mais e o diabetes vai ficar mais pesado, mas não necessariamente “melhor”, na verdade isso pode dificultar ainda mais o gerenciamento em si pois pode adicionar uma carga a mais de estresse e ansiedade, que já sabemos, vai afetar a glicemia e possivelmente nos deixar ainda mais sobrecarregados.

Às vezes podemos sentir uma ansiedade, um desânimo sem conseguir entender que isso pode vir dessa cobrança constante que sentimos em busca dos números “ideais” que na realidade são difíceis, senão impossíveis de atingirmos o tempo todo.

Isso significa então desistir de lutar por números melhores? De jeito nenhum… A questão é como lidamos com essa busca pela melhoria.

Precisamos ser mais leves, pois se hoje “deu ruim” não adianta se sentir a pior pessoa. Você pode até ficar triste e cansada, tudo bem, todo mundo fica, e não devemos florear nossos sentimentos, pois eles são reais, porém, é importante passar por isso sem  ficarmos nos culpando porque não deu certo dessa vez.

O número no glicosímetro é um norte, uma bússola, é meio e não fim. Mas como eu sei que na vida real muitas vezes é difícil praticar esse pensamento, quero te passar uma dica prática para nós divas começarmos a mudar isso:

Para lembrar-se que você é mais que aquele número na tela do medidor coloque no seu glicosímetro ou sensor a frase: “Esse é apenas um número” e repita toda vez que for necessário, como um mantra na sua mente. Isso te ajuda a responder e não reagir à situação.

Nossa  busca rumo ao gerenciamento do diabetes não é pela perfeição mas pelo progresso, e isso inclui dias bons e ruins, o importante é que os dias bons sejam mais prevalentes que os ruins; e se esse não for seu caso, e estiver vivendo muito mais fora do que na meta, vale a pena buscar apoio para mudar a situação, pois, sim, você pode!

Abaixo deixo a foto da Catarina Frolini , uma linda e “bombada” DM1 de 10 anos e 1 ano e 3 meses de diabetes, que é uma das pessoas que me inspirou a criar a comunidade Divabética. A Catarina faz sessões de coaching comigo e após uma conversa sobre a ansiedade que as hiperglicemias causam, ela escreveu no quadro que tem em casa essa mensagem para se lembrar que ela e o número são coisas diferentes 🙂

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Que tal se inspirar no exemplo da Catarina e colocar também essa frase em algum lugar que você veja várias vezes ao dia?

Lembre-se: Você e eu somos muito mais que um número….

No meu próximo post falarei sobre outro temido número… O da balança, e porquê não somos o nosso peso e como podemos nos livrar dessa pressão interna para sermos magras e estarmos dentro de um padrão pré-estabelecido.

Por que sim, nós merecemos ser mais livres e felizes exatamente como somos!

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Beijos de diva para diva

Fabi Couto

 

 

 

Bem vindos ao Movimento Divabética!

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Sou Fabiana Couto, tenho diabetes tipo 1 desde os 13 anos de idade, e convivo com a condição há mais de 25 anos.

Em 2017 o projeto Divabética começou e hoje já é um Movimento que envolve pessoas com diabetes e seus familiares e apoiadores, através de conteúdos do blog, mídias sociais, eventos e muito mais.

Há quase 10 anos eu comecei meu envolvimento com a causa pela melhoria da qualidade de vida de pessoas com diabetes, algo que foi ganhando espaço em minha vida e meu coração.

Confesso que pode ser desafiador trabalhar em prol de uma causa tão pessoal como o diabetes, que é algo presente em minha vida 24 horas por dia e 7 dias por semana, pois preciso constantemente rever meus limites e na minha capacidade de autoconhecimento e reinvenção, já que eu acredito muito na frase “eu ensino o que preciso aprender” e se estou nessa missão de levar consciência e aceitação às pessoas, eu sou a primeira que precisa viver essa verdade de corpo e alma!

Estes dez anos envolvida com projetos em diabetes me ensinaram muito sobre mim mesma, pois as pessoas que conheci nesse caminho muitas vezes foram espelhos que refletiram as minhas próprias dificuldades e também minha força em superar o dia a dia e a vida com diabetes.

A questão emocional, tão esquecida no processo do tratamento dessa condição, foi meu calcanhar de aquiles, que me levou a um processo interno de autodúvida, auto abandono e não aceitação. Isso dificultou muito minha vida e da minha família, e claro, o tratamento.

Nesses anos eu fiz muita coisa, promovi rodas de conversa e grupos para pais DM1, trabalhei numa ONG com diabéticos tipo 1 e 2 nos Estados Unidos,  criei um blog para mães e atuei em alguns projetos com jovens. Mas ainda de forma muito tímida deixava minha voz sair para falar sobre a questão emocional que é na verdade o centro do que eu faço.

Meu propósito é inspirar e empoderar pessoas, em especial jovens e mulheres que sofrem com a pressão interna de atingir padrões muitas vezes inalcançáveis tanto no diabetes quanto na vida, que tem vergonha de ter diabetes, que não medem a glicemia em público ou não usam a bomba de insulina porquê não querem ser diferentes, que comparam seu valor próprio contra “números” constantemente, seja o número no medidor de glicemia, seja o número na balança, ou qualquer número que as faça sentir fora dos padrões, ou que há algo de “errado” com elas. Talvez hoje só consiga falar sobre isso, pois olhei para dentro e me apropriei e honrei minha própria história.

Então é com essas meninas/jovens mulheres que eu quero falar e dizer que nenhum número ou rótulo as definem, pois suas essências e valor são imensuráveis. Para isso, criei o Movimento Divabética, que tem como objetivo reforçar a autoestima e autoconfiança e empoderar essas jovens a amarem-se, aceitarem-se e com isso cuidarem de suas saúdes de forma mais inteira!

Hoje eu faço essa escolha de falar com vocês e para vocês pois chegou a hora de deixarmos para trás qualquer bagagem pesada que carregamos até aqui para sermos mais leves, mais felizes, e honrarmos as DIVAS que existem dentro de cada uma de nós; vivendo assim as nossas vidas com diabetes sem deixar que o diabetes viva nossas vidas! Aguardo vocês na página, no blog e na vida por aí a fora 🙂